quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A dor...


Lembro até hoje do dia que perdi meu avô. Era (parecia) um dia normal como todos os outros. Acordar cedo, ir à escola, prestar atenção nas aulas, esperar minha mãe ir me buscar e voltar pra casa. Naquele mesmo dia, quando estávamos no caminho para casa, minha mãe me perguntou se eu queria passar pela horta (onde ele trabalhava) e falar com meu avô e eu simplesmente fiz o clássico "deixar pra depois o que eu poderia fazer naquele momento". A tarde minha tia chegou com a notícia e eu escutei em pedaços e pensei que ele estava no hospital. Chorei. Em seguida minha mãe me informou que ele não estava no hospital e que ele tinha falecido. Eu perdi o chão naquele momento. Ele foi a primeira pessoa muito importante em minha vida que eu perdi e tinha maturidade para saber o que estava ocorrendo. Doeu muito, pois ele era uma das pessoas que eu amava muito e não me imaginava sem, além de ser um dos meus maiores fãs e eu era muito fã dele também. Ele era um amor, sinto muitas saudades dele. E sempre tenho aquele sentimento de arrependimento por não ter passado na horta naquele dia. Não sei como, não tenho explicação ou se era mais por vontade minha de que aquilo tivesse ocorrido, naquela noite sonhei que estava na horta e que ele me abraçou tão forte... E no sonho eu não entendia o porquê. Acordei chorando, emocionada, pois parecia pra mim que ele não queria que eu me culpasse por não tê-lo visto naquele dia. E nunca saberei. Quando me pego triste e chateada por lembrar daquele dia, só me lembro dos momentos em que passei com ele, do quanto a gente se adorava e daquele abraço tão bom, que mesmo sendo sonho, pareceu tão real e eu resolvi guardar. E acredito que lá em cima (se houver mesmo este lugar) ele está me acompanhando e está orgulhoso da pessoa que estou me tornando e isso me deixa muito feliz.

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